segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O processo de construção do PLE


Efetuar uma representação visual do meu PLE foi uma tarefa de contínua reflexão, pesquisa e construção. Não sendo eu muito criativa no que toca a tarefas mais gráficas, ou visuais, procurei uma ferramenta que permitisse camuflar essa falta de criatividade... Já trabalhava com mapas conceptuais, através da ferramenta Cmap Tools, mas esta não me parecia a ideal para transmitir graficamente o conceito de PLE. De entre as várias disponíveis, que testei, como o MindMeister foi a que melhor representou o que eu pretendia, tendo sido a ferramenta com que mais me identifiquei, apesar de a versão gratuita não permitir aceder a determinado número de funções (como, por exemplo, adicionar imagens, de forma a enriquecer visualmente o diagrama). Com a seleção do MindMeister, dei mais um passo na construção do PLE, enriquecido com mais uma ferramenta, que prevejo utilizar com frequência.

Num esforço de sistematização, esta tarefa permitiu-me organizar, de forma mais objetiva, a minha rede de aprendizagem pessoal. Partindo de todas as leituras efetuadas a respeito do tema, concluí que fazia sentido agrupar o meu ambiente de acordo com as funções associadas a cada recurso, ferramenta ou serviço. A própria definição das funções enquanto categorias agregadoras foi um processo de reflexão pessoal e de redefinição constante, uma vez que o mesmo recurso/ferramenta pode efetivamente servir múltiplas funções. Tentando manter-me fiel à ideia inicial, optei por privilegiar os objetivos fundamentais com que utilizo cada recurso. Neste sentido, elaborei a seguinte lista de categorias: Comunicação, representando as ferramentas que utilizo para comunicar diretamente, de forma síncrona ou assíncrona, independentemente de ser uma comunicação mais ou menos formal e do objetivo específico da comunicação (pessoal, social, profissional, entre outros); Publicação e partilha, que, embora sejam duas funções diferenciadas, são, no meu contexto pessoal, indissociáveis, uma vez que tudo o que publico (original ou não) tem igualmente o objetivo de ser partilhado; Criação, que representa basicamente as ferramentas que permitem produzir objetos ou artefactos, quer enquanto aprendente, quer enquanto docente; Organização, que inclui as ferramentas a que recorro frequentemente para organizar todos os tipos de atividade; Colaboração, enquanto conjunto de recursos que me permitem colaborar e participar em atividades com parceiros, colegas e alunos; e Pesquisa, nomeadamente de artigos académicos e outros artigos que me são úteis nas vertentes académica e profissional.

Depois de esquematizadas as principais funções e atribuídos os principais recursos, iniciei um outro exercício: tentar verificar as interações que existem, ou melhor que eu própria crio entre as múltiplas funções representadas. Curiosamente, deparei-me com o facto de praticamente todas as interações confluírem na função Publicação e partilha, sendo que todas as restantes categorias estão, de uma forma mais direta ou indireta, associadas e conduzem aos objetivos principais de publicar e partilhar. Contudo, creio que a comunicação, a colaboração e a partilha são conceitos muito próximos e estão intimamente interligados na rede.

Consciente de que se trata de um processo e não de um produto, a representação visual do meu ambiente pessoal de aprendizagem congrega as pessoas a quem estou ligada, os recursos que utilizo, as ferramentas e os serviços a que acedo, configurando-se como uma das inúmeras possibilidades e potencialidades oferecidas atualmente na rede.

O meu PLE

Respondendo à tarefa com uma tentativa de sistematização, partilho aqui a representação visual do meu Personal Learning Environment, que criei através da ferramenta MindMeister.
 
Criei também uma apresentação muito simples, que, tal como já referido pela colega Ida Brandão, apenas corre no Chrome, Firefox e Safari.
 
 
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Personal Learning Environments: Bibliografia Anotada - Artigo 2

Como segundo artigo a analisar, proponho um estudo de caso português:
 
Aresta, M., Pedro L., Santos, C., Moreira, A. (2012). Building Identity in an Institutionally Supported Personal Learning Environment - the case of SAPO Campus. Paper presented at the PLE Conference 2012, Aveiro. Disponível em http://revistas.ua.pt/index.php/ple/issue/view/118. Acedido a 07 de dezembro de 2012.

Partilho a apresentação do Slideshare:



 
Este artigo despertou a minha atenção, por três motivos: o facto de se referir a um PLE com o apoio de uma instituição, a questão da construção da identidade e o facto de ser um estudo de caso realizado numa Instituição do Ensino Superior (IES) portuguesa, algo próximo da minha realidade profissional.

Os autores do artigo realizaram um estudo de caso na Universidade de Aveiro (UA), com o objetivo de analisar a forma como um grupo de treze alunos constrói, gere e perceciona a sua identidade em ambientes formais e informais de aprendizagem.
Reconhecendo os seus alunos como produtores e promotores ativos de conhecimento e a forma como aprendem, trabalham, partilham e interagem, recorrendo a competências como inovação, multidisciplinaridade, colaboração e resolução de problemas, a UA desenvolveu uma plataforma com serviços Web 2.0 integrados (como wikis, blogues, e serviços de partilha de fotografias e vídeos, entre outros), com base na produção e agregação de conteúdos gerados pelos utilizadores, com o objetivo de proporcionar uma infraestrutura tecnológica que promovesse o desenvolvimento de competências de comunicação, partilha e colaboração e, consequentemente, contribuísse para criar experiências de aprendizagem pessoais e relevantes.

Os autores colocam duas questões pertinentes: "when the HEI [Higher Education Institutions] – by presenting the aforementioned technological infrastructure and pedagogical approach – creates the conditions for the development of new ways of learning and building identity, are students confortable in using the institutional scenario to meet their personal and individual learning goals and needs? When given the means, do students transfer their digital skills and identity to a formal institutional scenario?" Segundo os dados recolhidos através das entrevistas e observações realizadas, em ambientes totalmente informais, a participação é mais intensiva (embora seja maioritariamente composta por vídeos musicais e ligações a outras páginas) e os alunos manifestaram a sua preferência por plataformas sociais abertas para partilhar conteúdos mais relacionados com os seus interesses pessoais, sendo que a plataforma institucional foi principalmente utilizada para partilhar questões profissionais e académicas.

Deixo em aberto a seguinte questão: será que as plataformas institucionais, mesmo as que se consideram "mais abertas" ou "menos formais", permitem aos aprendentes a criação de um verdadeiro PLE?  

Personal Learning Environments : Bibliografia Anotada - Artigo 1

No âmbito do tema Personal Learning Environments, proponho a leitura do primeiro artigo:
 
Dabbagh, N., Kitsantas, A. (2012). Personal Learning Environments, social media, and self-regulated learning: A natural formula for connecting formal and informal learning. The Internet and Higher Education, Vol. 15(1), p.3(6). Disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1096751611000467. Acedido a 06 de Dezembro de 2012.
 
 
No artigo selecionado, os autores analisam as potencialidades pedagógicas dos Personal Learning Environments (PLE) para integrar a aprendizagem formal e informal e promover as competências necessárias a uma aprendizagem auto-regulada dos alunos no contexto do ensino superior, através da utilização de ferramentas sociais.
 
Para consubstanciarem a relação que estabelecem entre PLEs, ferramentas sociais e aprendizagem auto-regulada, os autores apresentam vários estudos, que lhes permitem concluir que as ferramentas sociais são cada vez mais utilizadas na criação de espaços de aprendizagem formal e informal e que evoluem de uma esfera pessoal para uma esfera cada vez mais social. No entanto, os autores reconhecem que os alunos necessitam de desenvolver competências que lhes permitam criar os seus PLEs e, simultaneamente, gerir o conhecimento e regular a sua própria aprendizagem. Partindo do modelo conceptual de Zimmerman (2000) da aprendizagem auto-regulada como um processo cíclico constituído por três fases ("forethought phase", "performance phase" e "self-reflection phase"), os autores sugerem um enquadramento pedagógico para que os professores possam ajudar os alunos no desenvolvimento desse processo.
 
Apesar de, à data de publicação do artigo, este enquadramento não ter sido ainda empiricamente testado, na minha perspetiva, a mais-valia da proposta dos autores reside precisamente no facto de este enquadramento proposto poder ser aplicado na prática, ajudando docentes e alunos, num processo extremamente colaborativo, não só a conceber PLEs como ferramentas pedagógicas verdadeiramente efetivas, mas também a perspetivar a importância da aprendizagem informal no contexto do ensino superior.

domingo, 18 de novembro de 2012

Apresentação: Jogos e Mobile Learning em Portugal

Uma das apresentações a que tive o prazer de assistir foi "Jogos e Mobile Learning em Portugal: ficção ou realidade?", da autoria da professora Teresa Cardoso.
 
A autora propôs-se fazer "o ponto da situação sobre tudo o que já se sabe", analisando o estado da arte destes temas a nível nacional, com o intuito de aferir o que é original e relevante. Através de uma meta-análise multimodal, partindo de 28 documentos recolhidos do RCAAP (Repositório Científico de Acesso Aberto em Portugal), foi analisado o panorama nacional na perspetiva de diferentes "olhares": cronológico; local e identitário; tipológico-formal; referencial; conceitual e conceitual em rede. A autora "olhou" ainda para os fins e os contributos dos vários estudos, no sentido de estabelecer novos pontos da situação e poder "olhar futuro".
 
Tratando-se de uma apresentação sobre um estudo exploratório e descritivo, a comunicação baseou-se na apresentação do estudo, na forma como foi conduzido e em algumas conclusões. Gostei muito da originalidade da professora Teresa Cardoso, nomeadamente na perspetiva dos diferentes "olhares" e na forma como guiou a audiência segundo esses olhares. Olhando a pormenores, gostei também dos ícones "Start game" e "Game over" no início e final da apresentação. :)
Gostaria, contudo, que tivesse sido mais explorada a parte das conclusões do estudo. Concluiu-se que "ocorreu um incremento na perceção global dos alunos das competências desenvolvidas e [...] o recurso às tecnologias móveis e georeferenciação foi pertinente para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos". No que diz respeito à questão dos jogos, não me recordo (por favor, corrijam-me se estiver errada) de ter sido referida qualquer conclusão, nomeadamente em relação ao impacto dos jogos na aprendizagem, no geral, e em particular na sua possível influência em termos de motivação e colaboração.
 
Partilho a apresentação, caso alguém não tenha tido ainda oportunidade de ver (o que eu duvido).

Temáticas

Em sintonia com os rápidos avanços que caracterizam a investigação na área do eLearning, o MyMPeL tem acompanhado os temas mais prementes.
 
Na 1ª Conferência, em 2010, debateram-se temas como PLE, Second Life e Avaliação Digital, entre outros diretamente relacionados com as experiências decorrentes do MPeL e de outros programas. Em 2011, os temas debatidos tiveram, na minha perspetiva, uma componente mais prática, digamos, através de apresentações sobre redes sociais (LinkedIn, por exemplo) e redes de inovação (CreativeLabs), a par de questões mais relacionadas com a investigação propriamente dita, nomeadamente a utilização da b-On e do Mendeley, sistema de gestão de referências bibliográficas.
Simultaneamente, debateram-se temáticas atuais, como Educação em rede e Mobilidade virtual e REA (recursos educacionais abertos), entre outras.
 
Neste terceiro evento, destaco dois temas incontornáveis no momento: Jogos e Mobile Learning, a par dos MOOCs (Massive Open Online Courses), entre outras temáticas como o Futuro da Educação na Europa e o enquadramento dos EDEN Fellows nesta discussão, Foruns de discussão no Ensino Superior e Competências do tutor no Ensino a Distância, a par de outros temas já abordados nas edições anteriores.

sábado, 17 de novembro de 2012

Ferramentas/Tecnologia

Em termos de ferramentas de apoio à Conferência, é importante referir o facto de ser possível assistir à Conferência em duas modalidades: presencial e virtualmente. Para a sessão virtual, a Conferência foi transmitida em live streaming, tendo a hiperligação sido enviada atempadamente aos participantes previamente inscritos.
A Conferência virtual teve o apoio de várias redes sociais: http://mympel2012.crowdvine.com/, website da conferência, que permitiu dinamizar o evento antes, durante e após a sua realização. Esta rede social revela-se, a meu ver, duplamente importante: na vertente informativa, com dados iniciais sobre o evento e a possibilidade de inscrição nas várias sessões, mas sobretudo com a publicação das apresentações dos oradores; e também na vertente social e colaborativa, com a possibilidade de interação (por via textual, através de tweets) entre os participantes. Esta última revelou-se particularmente útil, pois permitia o acompanhamento dos principais momentos a quem não conseguisse acompanhar o streaming em direto. Além do website, também o Facebook e Twitter funcionaram como meios de divulgação e contacto entre a rede de participantes.
Na minha perspetiva, as ferramentas de apoio revelaram ser uma mais-valia em duas dimensões: por um lado, pela agregação de todos os conteúdos, que permitiu o acesso às principais questões abordadas; por outro lado, a ligação promovida entre os participantes neste ambiente virtual refletiu, na minha opinião, todo o ambiente de partilha e reflexão em rede que caracterizou e caracteriza o evento. Contudo, atrevo-me a deixar uma sugestão para a 4ª Conferência MyMPeL: a partilha, não apenas das apresentações, mas dos vídeos das respetivas comunicações dos oradores e do debate que se gera em torno das mesmas.

No meu caso em particular, não consegui assistir a todas as sessões que gostaria e, ao ver o conteúdo das apresentações, embora tenha tido acesso às ideias essenciais, sinto que perdi a riqueza e profundidade com que determinados temas foram debatidos pelos oradores e eventualmente com a audiência. Acredito que haja alguns constrangimentos relativamente a esta questão, mas na era dos recursos abertos e ambientes emergentes, este é um assunto que gostaria de deixar aos colegas e à Coordenação da Conferência.

Estrutura do MyMPeL

No que diz respeito à estrutura das conferências MyMPeL, existe um eixo estruturado à volta de vários painéis, comuns a todas as edições: um painel da responsabilidade da Coordenação do MPel, um painel de docentes, que refletem sobre os contributos do currículo do mestrado e um painel de mestres, que divulga as investigações desenvolvidas em programas anteriores. Nas duas primeiras edições, um painel inter-institucional, que contou com a participação da Universidade de Poitiers, Universidade Católica, Instituto Politécnico de Santarém, Universidade Nova de Lisboa e Universidade Aberta, visou a troca de experiências entre as instituições na área do eLearning. Na sua segunda edição, o MyMPeL contou com duas novidades: um painel de micro-workshops, abordando temas como a pesquisa na b-On, o sistema de gestão de referências bibliográficas Mendeley como apoio à investigação, digital storytelling, escrita criativa online, empreendedorismo e marketing digital; a segunda novidade foi um painel de Pecha Kuchas, como espaço de divulgação dos projetos dos mestrandos do MPeL, representativos das unidades curriculares dos mesmos.
 
Neste pequeno exercício de sistematização, a mais-valia das conferências MyMPeL em várias vertentes foi óbvia, mesmo na perspetiva de quem assistiu este ano pela primeira vez. E é uma mais-valia, não só pela partilha de experiências e divulgação dos projetos e investigações levados a cabo, mas também pela sensação de pertença a uma comunidade, valorizando todo o trabalho realizado no âmbito do mestrado.
É, por isso, um exemplo de uma excelente prática, que reflete precisamente uma boa pedagogia do eLearning.

Contextualização - MyMPeL

No âmbito do Mestrado em Pedagogia do eLearning, a Universidade Aberta tem promovido, desde 2010, ciclos de conferências anuais, denominadas MyMPeL. A Coordenação do Mestrado, em conjunto com o Departamento de Educação e Ensino a Distância da UAb tem estado envolvida na organização deste evento, cujo programa pretende reunir docentes, mestres e mestrandos do MPEL, bem como convidados de outras instituições, especialistas e profissionais da área do eLearning. Tal como definido pela organização, este encontro "pretende ser o reflexo de uma visão da educação online no momento atual e visa proporcionar um espaço de reflexão, diálogo e partilha entre toda a comunidade do curso".
Analisando os programas das três conferências já realizadas, o MyMPeL tem um eixo condutor muito bem definido, quer em termos de estrutura, quer de ferramentas/estruturas tecnológicas, quer ainda na definição das temáticas abordadas.
Cada um destes três aspetos será analisado separadamente, nas próximas reflexões.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Bem-vindo/as!

É com muito prazer e expetativa que recebo todos os leitores e leitoras neste espaço de reflexão, aprendizagem e partilha.

A primeira atividade será uma reflexão sobre a 3ª Conferência do Mestrado em Pedagogia do eLearning - myMPeL2012.

Fiquem por perto!